há um tempo
para curtir o chão
o céu e o mar
tempo de parar
e pensar nas estações
a vida segue o rumo
e não se perde o prumo
se nos permitimos descansar
arquivos do mes de março, 2005
pausa
olhar indignado
o semblante plácido se desfaz durante a vida
e as rugas é que ocupam o seu lugar
crispadas expressões, olhares fugidios
chega um tempo em que não mentimos
porque a vida tornou-se uma mentira
onde se esconde a humanidade?!
nos rostos sardentos das crianças
cheirando cola nas sarjetas
e o seu assalto suplicante de gorjetas
como afagar estes cabelos encaracolados
sobre os olhos fuzilantes de um menino?!
praticam-se abortos clandestinos
fetos são jogados nas latrinas
não sobreviveremos impunes nessa confusão
há, tenho que acreditar, um projeto melhorado
o resgate da dignidade comprometida
mas não se nota isso nos palácios
onde se trocam a todo instante vil favores
mandando-se às favas o povo e seus humores
até quando se manterá pacato esse rebanho
a qualquer tempo ainda irá se indignar
e arremeter com iras e furores
contra os posseiros nas benesses do poder
inflando as burras desse ouro infeliz
firmando suas bundas nos castelos
sugando as tetas produtivas do país
delirância
alma febril em corpo frio
ao lado o vácuo do vazio
de um impossível completar
as comportas jazem arriadas
em borbotões de águas movediças
insinuantes solapando as defesas
minando em perdas e danos inevitáveis
aspiro e busco sentimentos palatáveis
no rarefeito ambiente das memórias
ao balanço dos anos dilapidadas
coaxo olhando fotos do passado
revejo um príncipe encantado
o beijo desejado e o despertar
difícil distinguir real e fantasia
fulguram mil imagens delirantes
a mente se deforma entorpecida
quisera ter mil vidas
ou a escolha singular de cada dia
a reviver, a esquecer, a simular
nocaute
blecaute da mente
sobrevem o apagão
sob os lençóis da noite
viagens desprovidas de razão
de onde vim
quem sou
pra onde vou
meu sibilar noturno
irrompe no silêncio
assim desde o crepúsculo
da flacidez dos músculos
à rigidez de morte
semi-acordar sem norte
meu sul desarvorado
vigio assombrado
a força destes medos
soturnas melodias
horrores e segredos
em noturnas agonias
sonhando despertar
digitais
digitalizo o teu vulcão suave
retendo as lavas e erupções
tensão contínua do prazer
inimaginável sem a tua companhia
candidamente sucumbida à posse
nenhum sarcasmo nas fusões
e as múltiplas rimas do nosso deleite
pois me compreendes
feito alma gêmea em transfusão
sussura ao vento a flor
em lânguidos suspiros
despetala indolente
exalando o néctar de seus perfumes
estremece quase inconsciente
transbordam nossas taças
em lúbricos venenos
espasmos indecifráveis
e morte súbita dos gozos
ao branco dos lençóis jazemos
no indolente pós prazer e o sono
libertas quæ sera tamen
A vida é una mas seus pontos de fuga são múltiplos. O mundo virtual é um deles. Acessar o outlook a cada meia hora ou o blog e seus comentários tornou-se uma compulsão inaceitável. Verificar o contador de acessos e a variação do humor de acordo com os seus números é puro estresse… Tornou-se para mim uma compulsão como qualquer outra gerando a dependência inevitável e um círculo vicioso desgastante. É boa a internet e os seus recursos?! Nenhuma dúvida quanto a isso. O problema é a dose em seu tamanho e intensidade.
O mundo virtual não pode se tornar a essência do viver porque é e será sempre um acessório. Por importante que seja, ainda assim um mero acessório que deve facilitar a vida e não complicá-la…
Pretendo dar o meu grito de liberdade e colocar a internet, o e-mail, o blog e tudo o mais que seja parte desse universo virtual em seu devido lugar… um acessório importante. Mas, um acessório! Se vou postar ou verificar os e-mails ou acessar sites vai depender da necessidade e da conveniência, não vou deixar que uma dependência compulsiva dirija os meus atos. Acho que me auto expliquei e… eu precisava disso como preciso olhar-me no espelho a cada manhã…
-
Meta
memória
- janeiro 2014
- novembro 2013
- março 2013
- janeiro 2013
- dezembro 2012
- novembro 2012
- outubro 2012
- setembro 2012
- agosto 2012
- julho 2012
- junho 2012
- abril 2012
- fevereiro 2012
- dezembro 2011
- novembro 2011
- outubro 2011
- agosto 2011
- junho 2011
- maio 2011
- abril 2011
- março 2011
- fevereiro 2011
- janeiro 2011
- dezembro 2010
- novembro 2010
- outubro 2010
- setembro 2010
- agosto 2010
- julho 2010
- junho 2010
- maio 2010
- fevereiro 2010
- janeiro 2010
- dezembro 2009
- outubro 2009
- setembro 2009
- agosto 2009
- julho 2009
- junho 2009
- maio 2009
- abril 2009
- março 2009
- fevereiro 2009
- janeiro 2009
- dezembro 2008
- novembro 2008
- outubro 2008
- setembro 2008
- agosto 2008
- julho 2008
- junho 2008
- maio 2008
- abril 2008
- março 2008
- fevereiro 2008
- janeiro 2008
- dezembro 2007
- novembro 2007
- outubro 2007
- setembro 2007
- agosto 2007
- julho 2007
- junho 2007
- maio 2007
- abril 2007
- março 2007
- fevereiro 2007
- janeiro 2007
- dezembro 2006
- novembro 2006
- outubro 2006
- setembro 2006
- agosto 2006
- julho 2006
- junho 2006
- maio 2006
- abril 2006
- março 2006
- fevereiro 2006
- janeiro 2006
- dezembro 2005
- novembro 2005
- outubro 2005
- setembro 2005
- agosto 2005
- julho 2005
- junho 2005
- maio 2005
- abril 2005
- março 2005
- fevereiro 2005
- janeiro 2005