E a folha seca que o vento faz rodopiar… terá alguma serventia?! Ninguém se dá conta, ninguém dá valor até que os olhos façam contato com sua trajetória imprevisível e se encante com a evolução da sua dança inútil. Descontrole. Um descontrole, entretanto, sem estresse porque a folha seca nem se preocupa com seu destino… Talvez eu seja feito a folha seca vida afora em certos papéis que assumo ou que me assumem. Folha seca. Quem nunca se sentiu mera folha seca volátil arrastada pelo vento?! Quem disser não que guarde as suas pedras porque não pode existir nada mais inútil que a tentativa de apedrejar uma folha seca em seus volteios sem sentido…
arquivos do mes de junho, 2008
São João
Fecho os olhos e mergulho nas memórias. Aromas, paladares, imagens e sons tomam conta de um momento chamado agora que busca um outro agora já vivido no passado. Não se trata de saudosismo – é só saudade. Saudade de amar daquele jeito juvenil capaz de entregas sem limites, de sonhar sobre brasas que aquecem sem queimar. Noites frias juninas do folclore, dos balões, noites frias de fogueiras, pinhões, batata doce e quentão. E o mais bonito de tudo, aquele sorriso brejeiro de indumentária caipira nas noites de São João…
(fonte: http://198.106.110.30/noticias/sao_joao_certo_maior1.jpg)
Até quem devia prender agora está roubando!!!
Eu não resisti a reproduzir o texto que encontrei no blog
Cerveja, Chapéu e Cuíca do Hugo Henrique.
“É ladrao que não acaba mais” ( Bezerra da Silva )
Quando Cabral aqui chegou
E semeou sua semente
Naturalmente começou
A lapidação do ambiente
Roubaram o ouro, roubaram o pau
Pra ficar legal, ainda tiraram o couro
Do povo dessa terra original
E só deixaram a má semente
Presente de Grego
Que logo se proliferou
E originou a nossa gente
É ladrão que não acaba mais
Tem ladrão que não acaba mais
Você vê ladrão quando olha pra frente
Você vê ladrão quando olha pra trás
E, a terra boa, mais o povo continua escravizado
Os direitos são os mesmos
Desde os séculos passados
O marajá, ele só anda engravatado
Não trabalha, não faz nada
Mas ta sempre endinheirado
Se entrar no supermercado…Você é roubado
E se andar despreocupado…Você é roubado
E se pegar no ponto errado…Você é roubado
E também se votar pra deputado…Você é roubado
Certo! Tem sempre 171 armando fria
Tem ladrão lá no congresso, na fila da padaria
Ladrão que rouba de noite, ladrão que rouba de dia
Dentro da delegacia, ninguém entendia a maior confusão
O doutor delegado grampeou todo mundo
Porque o ladrão roubou outro ladrão
É ladrão que não acaba mais
Tem ladrão que não acaba mais
Você vê ladrão quando olha pra frente
Você vê ladrão quando olha pra trás
ilhado no tempo
Hoje é a minha ilha. A mesma ilha que, no entanto, se faz nova a cada dia. Único solo concreto entre o ontem e o amanhã. Podia ter feito melhor nesse dia, podia não ter errado tanto, podia tantas coisas… mas o dia ainda não terminou e alguma coisa boa ainda há por fazer antes que chegue ao fim. Se não fizer, – não posso me esquecer, – o amanhã vai virar hoje e daí terei todo um novo dia para fazer direito o que hoje não foi feito…
espoletas
pariu-se o verso
à minha revelia
fruto da fantasia
sem dono
que não abdica ao trono
desta ironia
meu pecado é consentir
que o traço revele
o passo…
rumo ao cadafalso
ou a afronta gratuita
à alça de mira
duma arma inútil
tiro de espoleta
pirotecnia…
levitação
Se eu tivesse asas hoje seria um daqueles dias feitos pra voar. Se eu fosse piloto, certamente haveria de justificar a profissão. Mesmo assim, não tendo asas e nem sendo piloto, meu corpo parece levitar e, de súbito, pareço transgredir a lei da gravidade… perguntada a razão, direi que uma especial não há… apenas o gosto bom de uma manhã dominical ensolarada e uma certeza tênue de estar no lugar certo, do jeito certo e no espaço adequado para ser quem sempre fui. Como aquele conhecido exemplo da água que toma a forma do jarro ou do jarro que molda o formato que a água nele adota… ambos se configurando mutuamente. Creio que estudar filosofia me tem feito bem e creio que estudar teologia me fará ainda um bem maior. Contudo, só o tempo para corroborar essa minha expectativa em grau otimista. Até lá, – ou ao menos por agora, – vou me permitir esse suave flutuar…
brumas
quem sabe seja o arauto
de uma mensagem cifrada
enigma de vida
pois a morte é o norte
e o sul de cada dia
o sentimento é triste
vácuo frio em agonia
no piso úmido desta nave
só os tímidos rastros
de passos escondidos
portal que não se fecha
coração que não se abre
domesticado nesta jaula
procurando entre as grades
o brilho lunar da melancolia…
pétalas caladas
Hoje não vou falar das flores que estão adormecidas. Não vou falar do clima frio e molhado. Não vou falar das babaquices da política tupiniquim. Nem vou falar de mim. Pensando bem, hoje simplesmente não vou falar… Quem dera, ao menos, que algum ouvido alucinado – tomado de uma sensibilidade súbita e aguçada – ouvisse as entrelinhas desse ensurdecedor silêncio!
-
Meta
memória
- janeiro 2014
- novembro 2013
- março 2013
- janeiro 2013
- dezembro 2012
- novembro 2012
- outubro 2012
- setembro 2012
- agosto 2012
- julho 2012
- junho 2012
- abril 2012
- fevereiro 2012
- dezembro 2011
- novembro 2011
- outubro 2011
- agosto 2011
- junho 2011
- maio 2011
- abril 2011
- março 2011
- fevereiro 2011
- janeiro 2011
- dezembro 2010
- novembro 2010
- outubro 2010
- setembro 2010
- agosto 2010
- julho 2010
- junho 2010
- maio 2010
- fevereiro 2010
- janeiro 2010
- dezembro 2009
- outubro 2009
- setembro 2009
- agosto 2009
- julho 2009
- junho 2009
- maio 2009
- abril 2009
- março 2009
- fevereiro 2009
- janeiro 2009
- dezembro 2008
- novembro 2008
- outubro 2008
- setembro 2008
- agosto 2008
- julho 2008
- junho 2008
- maio 2008
- abril 2008
- março 2008
- fevereiro 2008
- janeiro 2008
- dezembro 2007
- novembro 2007
- outubro 2007
- setembro 2007
- agosto 2007
- julho 2007
- junho 2007
- maio 2007
- abril 2007
- março 2007
- fevereiro 2007
- janeiro 2007
- dezembro 2006
- novembro 2006
- outubro 2006
- setembro 2006
- agosto 2006
- julho 2006
- junho 2006
- maio 2006
- abril 2006
- março 2006
- fevereiro 2006
- janeiro 2006
- dezembro 2005
- novembro 2005
- outubro 2005
- setembro 2005
- agosto 2005
- julho 2005
- junho 2005
- maio 2005
- abril 2005
- março 2005
- fevereiro 2005
- janeiro 2005