Olho sem pressa pela vidraça da janela e vejo a tarde dourada se espreguiçando. Árvores altas com folhas dançando à brisa desse árido inverno. Tudo é lento exceto meus pensamentos que me levam e trazem para múltiplos tempos e lugares já vividos. Tento imaginar algo que virá sem saber que espaço ocuparei dentro de cinco anos. Sobrevivendo até lá estarei então às vésperas dos sessenta, algo para mim difícil de imaginar. Ainda ontem eu era apenas um rapaz latino americano feito aquele imortalizado na voz de Belchior. Vindo do interior, sem dinheiro no bolso… Sereno, enfrento as melancolias sazonais inexplicadas. De vez em quando, nestes tempos, me engole uma compulsão consumista na vã tentativa de preencher certos vazios. Algumas vezes me ressinto de abraços ausentes conquanto tenha outros aconchegos no presente. A vida é boa, é mansa, é bela feito um lago rodeado de árvores centenárias. Tranqüilidade demais atrai o tédio e o meu remédio é pensar acelerado, sonhar acordado e nada mais… Tenho certeza que amanhã todas as cores recobram seu natural brilho.
arquivos do mes de julho, 2008
viagem
capta a mente
ilusões em lotes
flashes de antiquário
que arremetem dramas
contra as paredes
desacordo inteiro
e nego ao travesseiro
certos pesadelos
frutos do relógio
e do furor do espelho
à finitude incontida
é o tempo que passa
muito aquém do nada
espaço que resta
nos últimos quartos
na espiral da vida…
lar
Sagrada liberdade
De fazer penar
Pois quisera tanto
Andar lado a lado
Mas por dom ou fado
A escolha é livre
Se pode querer
Também recusar
Ou quem sabe um dia
Reconsiderar…
E voltar pra casa
O melhor lugar!
bobagens sazonais
Esse ano bissexto acrescenta e tira coisas da minha cabeça, especialmente cabelos que ganham brancura e perdem quantidade, mas as mudanças qualitativas são as únicas que contam. Nesses 366 dias em andamento, – dos que já transcorreram, – grande parte estiveram envoltos em tépida preguiça. Apesar disso meus pneus tem rodado mais que a média e os pedágios tem auferido lucro no meu prejuízo. Melhor nem reclamar porque as estradas andam boas… prefiro as tarifas das concessionárias de rodovias que o desgaste na máquina e os riscos de acidentes que se potencializam em estradas ruins. Alguém ao meu lado sorri dessas linhas percebendo claramente a enrolação. Explico. É que já fazem dez dias desde que estive por aqui rabiscando alguma bobagem e precisava registrar algo para que a posteridade não se ressinta. Certamente a audiência se esvai com esses vazios literários – oh pretensão!!! Uma coisa que tem me chamado a atenção e causado algum desconforto é a secura desses dias. Amanhã fazem 30 dias desde que São Paulo se molhou com parca chuva. Minha pele, meu nariz, meus olhos estão pra lá de ressequidos e uma tosse rouca expressa o ardor que se instala na garganta em dias assim. Julho se aproxima do final e logo logo se reiniciam as aulas do segundo semestre letivo. A faculdade esse ano esteve mais exigente que nos dois anos anteriores. Fico cansado com a rotina acadêmica… menos com os estudos e mais com os trajetos diários e a hora avançada que consigo ir pra cama – algo ruim para alguém bom bom de cama como eu… deito e durmo feito um anjo roncador. Bem, ninguém diga que eu não seja mais capaz de escrever alguma coisa no blog… claro que são besteiras, mas bobagens também se escreve. E tenho escrito!
preguiça
A preguiça é pecado capital e eu juro que preciso me encontrar de novo em meu interior. E vou. A família pequena se multiplica nas festas de casamento. Primos, primas, tios, sobrinhos, afilhados, amigos… ah como é bom o clima do interior. Embora o provincianismo tenha seus defeitos e caprichos, não se pode negar a beleza natural, o encantamento das paisagens conhecidas desde sempre. Os tons dourados do sol generoso e do céu sem núvens. Noites frias e o quentão que nos aquece em noites julhinas. Porque tanto tempo sem postar?! Preguiça…
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