H@ vida depois dos 60

…com pensamento, opinião e poesia em doses homeopáticas…

arquivos do mes de junho, 2009

flashes

Como num flash inesperado, eu vi toda a poesia do mundo nas pétalas daquela rosa. A lágrima que rolou – não sei, – seria minha, seria da rosa, seria uma gota isolada caída dos olhos de Deus chorando as coisas criadas?!
Pensei no mundo, pensei na vida, pensei num pensamento sem fim e viajei perdidamente exasperado fazendo buscas interiores, das cores vivas ora esmaecidas, dos risos cristalinos ora reticentes, dos rostos mais lindos que iluminavam a vida da gente. Foi aí, num repente, como num flash inesperado eu vi… A imagem repentina feito uma seta certeira acerta a letra, a sílaba, a frase sorrateira que mergulha sob os sentidos e adentra o canto mais escondido onde se pode chorar enternecido olhando pétalas caídas.
E a imagem toi tão vívida e real que a impressão nunca se esvai e a rosa despetalada e as pétalas daquela rosa se tornam os meus versos, preenchem definitivamente meus universos com sua poesia escancarada…

pensado por Tarciso (1) comentário

madrugada

Apesar das nuvens cor de cinza e do ar úmido que penetra as entranhas até a medula, uma claridade alvissareira permite entrever o suave esplendor de um novo dia. Muitas vezes ouvi da boca de meus avós: não há bem que sempre dure e nem mal que nunca acabe. Se aproxima o momento de virar uma página, embora nos faltem algumas linhas a serem decifradas – na esperança de que as suas boas letras se confirmem – e para serem percorridas até o fim da madrugada…

pensado por Tarciso (2) comentários

ansiedades

Não sei direito se o mundo tem quatro cantos como às vezes se costuma dizer. Não sei sequer se há um único canto no mundo. Tenho ouvido muitos gemidos silenciosos e poucos risos genuínos. Tenho assistido tantas dores que até o meu sorriso costumeiro hoje está emudecido e o meu coração não quer alienar-se à quieta dor do meu irmão! Na sucessão dos fatos espero por um novo alvorecer que nos liberte dessa escuridão em pleno dia. A noite não demarca o tempo e o relógio soturno da madrugada insone parece disposto a não continuar dançando seus ponteiros na sucessão das horas, dos minutos, do tempo que falta para a nossa angústia terminar…

pensado por Tarciso (3) comentários