Irmã Amália de Jesus Flagelado, de batismo Amália Aguirre Queija, nasceu em Riós, Espanha em 22 de julho de 1901. Filha de pais piedosos, desde a infância já se destacava em piedade e vida de oração. Aos 7 anos ela recebeu a sua Primeira Comunhão e teve uma visão de Jesus que a convidou para ser exclusivamente sua – convite que aceitou sem titubear. Mais tarde seus pais tiveram que se mudar para o Brasil devido às circunstâncias econômicas que enfrentavam. Amália, contudo, permaneceu na Espanha cuidando de sua avó idosa e de precária saúde para uma tão longa viagem. Somente após a morte da avó é que Amália se juntou aos seus pais no Brasil, nesta altura ainda residentes no Estado da Bahia onde chegou em 16 de junho de 1919, na iminência de completar seus 18 anos de vida. Poucos meses depois a família se mudou para a cidade de Campinas, Estado de São Paulo. Tendo reafirmado sua pertença a Jesus ela desejava sem sucesso ingressar em alguma congregação religiosa para assumir os votos de freira e só se tranquilizou quando ouviu do próprio Jesus que no prazo de um ano a sua congregação que ainda não existia, seria criada. De fato, em conjunto com Dom Francisco de Campos Barreto, bispo de Campinas/SP, a irmã Maria Villac e mais 6 postulantes, irmã Amália foi uma das co-fundadoras da Congregação das irmãs de Jesus Crucificado. No dia 08 de novembro de 1929, compareceu ao convento um irmão da superiora da casa, irmã Maria Villac, em estado de grande abalo emocional em vista de uma grave enfermidade enfrentada por sua esposa, mãe de 4 filhos e grávida de mais um e nesta altura desenganada pelos médicos. Ouvindo o lamento da irmã Villac sobre como ficariam as criancinhas, a irmã Amália se comoveu profundamente com a situação e em um impulso dirigiu-se à capela para clamar a Jesus para que interviesse em favor da mulher moribunda que se viesse a morrer como se preanunciava deixaria filhos órfãos e um desolado marido viúvo. Com alguma dose de ousadia na fé ela propôs a Jesus que a levasse no lugar da pobrezinha e perguntou o que poderia fazer para alcançar a graça ainda que ofertando a própria vida para poupar a vida da mãe. Eis que Jesus a ouviu e em visão lhe apareceu dizendo que aceitava a sua oferta de doação da própria vida, mas não da forma proposta – entretanto, ela haveria de sofrer muito. Irmã Amália então perguntou a Jesus como deveria pedir para obter o favor desejado. E foi então que Jesus lhe revelou que muitos atributos de Maria já eram conhecidos e honrados – mas as suas lágrimas ainda não tinham sido invocadas sendo estas um verdadeiro tesouro e a quem lhe pedisse qualquer favor em nome das lágrimas de sua Mãe, Ele se sentiria amorosamente constrangido a acolher e atender. Amália, então, insistiu com Jesus sobre como ela deveria rezar. Jesus ensinou a ela duas jaculatórias que deveriam ser recitadas: “Meu Jesus, ouvi os nossos rogos pelas lágrimas de vossa Mãe Santíssima” e “Vede, oh Jesus, que são as lágrimas daquela que mais Vos amou na terra e mais Vos ama no céu”. Ele ainda asseverou que mais tarde a sua Mãe viria para oferecer um tesouro ao Instituto das irmãs de Jesus Crucificado. Quatro meses depois, de fato, Nossa Senhora apareceu à irmã Amália trazendo em suas mãos o que ela chamou de Coroa das minhas lágrimas. Se parecia com um terço constituído de contas brancas, sendo 49 pequenas divididas em grupos de 7 intercalados por contas maiores. Depois desse grupo fechado de contas maiores e menores, havia ainda um trio de contas maiores e ao término uma imagem de dupla face com Nossa Senhora das Lágrimas de um lado com uma frase ao redor: “Oh Virgem Dolorosíssima, as vossas Lágrimas derrubaram o império infernal” e no outro lado a imagem de Jesus Manietado (de mãos amarradas) rodeada com a inscrição “Por Vossa Mansidão Divina, oh Jesus Manietado, salvai o mundo do erro que se acha ameaçado”. Nossa Senhora ainda reafirmou a promessa de seu Filho de atender a todos os pedidos feitos a ela por intermédio de suas lágrimas.


Transcrevo a seguir as orações e o modo de rezar a Coroa das Lágrimas de Nossa Senhora conforme descrito no livro da historiadora Rita Elisa Seda, “Irmã Amália e a devoção a Nossa Senhora das Lágrimas”, edição publicada em 2022 pela Editora Imaculada (pag 172/173).

Oração inicial:

Eis-nos aqui aos Vossos pés, oh dulcissimo Jesus Crucificado, para Vos oferecer as Lágrimas daquela que com tanto amor, Vos acompanhou no caminho doloroso do Calvário. Fazei oh bom Mestre, que saibamos aproveitar as lições que elas nos dão, para que, na Terra, realizando a Vossa santíssima vontade, possamos um dia no Céu Vos louvar por toda a eternidade.

Nas contas brancas (que separam os grupos de 7):
Vêde meu Jesus, são as Lágrimas daquela que mais Vos amou na Terra e que mais Vos ama no Céu.

Nas contas brancas (grupos de 7):
Meu Jesus, ouvi os nossos rogos. Pelas Lágrimas da Vossa Mãe Santíssima.

No fim, repete-se três vezes, nas três contas brancas finais:
Vêde meu Jesus, são as Lágrimas daquela que mais Vos amou na Terra e que mais Vos ama no Céu.

Oração Final:
Virgem Santíssima e Mãe das Dores, nós Vos pedimos que junteis os Vossos rogos aos nossos, afim de que Jesus, Vosso Divino Filho, a quem nos dirigimos em nome das Vossas Lágrimas de Mãe, ouça as nossas preces e nos conceda, com as graças que desejamos, a corôa eterna. Assim seja. Amém!

Jaculatórias finais (rezar contemplando e beijando a medalha):
* Por Vossa mansidão divina, oh Jesus Manietado, salvai o mundo do erro que se acha ameaçado!

* Oh Virgem Dolorosíssima, as Vossas Lágrimas derrubaram o império infernal! (são as inscrições que constam na medalha).



E uma ilustração ajuda bastante também – neste caso uma descoberta de meu sobrinho afilhado, Cesar Aníbal de Souza:

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