1) – Há que se constatar primeiramente que o Dízimo desejado pela Igreja não tem exatamente as mesmas regras do Dízimo do Antigo Testamento e tampouco as regras do Dízimo que vigoraram antes do seu esvaziamento na Igreja, com regras precisas, obrigação jurídica e sanção correspondente.

2) Na visão atual a Igreja deseja que se constitua como um dom religioso e não em uma imposição jurídica.

3) Ou seja, o católico é incentivado a ser dizimista e não coagido a sê-lo.

4) Na forma em que a Igreja deseja resgatar o princípio do Dízimo, ele já não se configura em um percentual e sim num valor discernido pelo dizimista como o mais justo para a sua contribuição regular e sistemática.

5) A intenção dos pastores da nossa Igreja no Brasil é que se forme a consciência dos católicos no sentido de que o Dízimo deva ser a principal, sem ser exclusiva, fonte de sustentação da ação pastoral da Igreja.

6) Isso implica em um processo gradual e lento que deve ir progressivamente substituindo outras formas de sustentação da Igreja, geralmente de cunho pouco ou nenhum pouco religioso.

7) Importa salientar que aos dizimistas não sejam oferecidos privilégios especiais em detrimento dos membros não dizimistas das comunidades.

8] “A superação do sistema de taxas pelo do dízimo adquire, assim, um sentido pastoral essencial. Ele é muito mais autêntico e verdadeiro para expressar a verdadeira ligação do cristão com a Igreja, onde vive o mistério da salvação. A contribuição, através do dízimo, ressalta muito mais a ligação com a comunidade concreta através da qual vive sua inserção no mistério da Igreja Universal. O estabelecimento do dízimo seria assim um instrumento prático de inestimável valor na superação do individualismo cristão e na promoção da pastoral de comunidade. A um só tempo, ele seria expressão do conteúdo comunitário já existente e o elemento pedagógico da formação e aprofundamento do espírito comunitário.” ( Estudos da CNBB Doc. 8 – Pastoral do Dízimo).

9) “Em termos práticos, a conscientização para o dízimo não é uma simples etapa anterior à sua implantação, mas um trabalho constante da comunidade junto a seus membros” (idem).

10) Há que se cuidar com muito zelo para que a pastoral do dízimo não adquira na comunidade uma mentalidade farisaica, oferecendo aos agentes da pastoral e aos dizimistas uma consciência do dever cumprido, de estar quites com Deus e com a Igreja, com o consequente fechamento à generosidade sempre exigente da fé. Mais ainda, pode levar a uma atitude de dono da Igreja (porque contribui fielmente) com imposição de normas e padrões de privilégio dentro da vida da comunidade ou por ocasião do uso de espaços ou administração dos sacramentos. Seria algo como a mentalidade do contribuinte, que não espera nem busca com humildade, mas tem a consciência de um direito e passa a exigir e criticar quando os serviços prestados não coincidem com os seus próprios gostos.


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12 respostas

  1. Obrigada pela orientação Luiz Tarciso, pretendo fazer a minha contribuição à Igreja de minha comunidade e procurei informações em seu site !!! Um abraço fraternal !!

    1. Prezada Izumi
      Agradeço sua manifestação agradecida a respeito dos conteúdos do meu site sobre o Dízimo Católico. Fico contente que tenha sido útil para você. Que Deus abençoe a ti e aos irmãos de sua comunidade paroquial.
      Saudações fraternais.
      Tarciso

  2. Prezado Luiz Tarciso.
    Vejo o dizimo catolico mais benevolante em relação as igrejas protestante, entretanto ainda foge da minha interpretação, segundo a Biblia. Voce diz que o 5` mandamento da Igreja estabele o DEVER de todo católico, em princípio dever implica na obriagatoriedade
    o que contradiz a nova aliança e é preciso esclarecer que igreja não um templo e sim uma reunião de pessoas, sendo assim, num
    esclarecimento cientifico devemos ter o cuidado de colocar as coisas nos seus devidos lugares, portanto dizimo é dizimo é a
    décima parte. Por favor,seja mais claro e um pouquinho mais cientifico nas suas colocações para que eu posso entender melhor.
    Muito obrigado
    José Reinadlo

    1. José Reinaldo
      Agradeço a sua opinião postada sobre conteúdo do meu site sobre o Dízimo Católico. A legislação que estabelece o Dízimo na Igreja Católica se encontra no contexto da legislação eclesiástica, ou seja, deriva de um mandamento da Igreja, que tem origem no direito da Igreja propor as formas de sua sustentação pelos fieis – o que inclui o Dízimo – mas não de forma exclusiva. A Igreja Católica não invoca a legislação bíblica veterotestamentária para justificar a prática do Dízimo. Ainda assim o termo utilizado no Antigo Testamento foi mantido pela Igreja sem a sua conotação aritmética de dez por cento, dada a Tradição que confere ao mesmo o significado de participação proporcional do fiel nas necessidades de sua comunidade de fé. Para falar de doutrina é necessário conhecimento da mesma e se peco pela falta de rigor científico segundo sua opinião, me sinto seguro em afirmar que sigo estritamente o entendimento pastoral quanto ao que a Igreja Católica estatui a propósito da pastoral do Dízimo.
      Saudações fraternais.
      Tarciso

  3. Caro irmão Luiz, no item 4 da sua argumentação vc fala que a Igreja deseja resgatar o princípio do Dízimo, ele já não se configura em um percentual e sim num valor discernido pelo dizimista como o mais justo para a sua contribuição regular e sistemática.

    Se não se dá um parametro Biblico que se fudamenta no dízimo (décima parte) a palavra dízimo por si só já define um percentual.

    Qual parametro então usar para se falar sobre o dízimo?

    Um abraço
    São Jose! Valei-nos!

    1. Caro irmão Luiz
      Primeiramente agradeço a sua manifestação registrada em meu site sobre o Dízimo Católico e peço a Deus que abençoe a ti e a todos os irmãos de tua comunidade. Quanto à tua questão, propriamente, informo que o item 4 da minha argumentação se baseia no texto básico da CNBB para o restabelecimento da prática do Dízimo na Igreja Católica no Brasil – o Documento de Estudos nº 8 editado em 1975 – que considera o termo Dízimo em seus vários sentidos – o aritmético, o histórico e o religioso – propondo que as conotações matemáticas e históricas fossem afastadas para conservar, prevalentemente, o seu sentido religioso (cf. pg 51). Há, pois, um deslocamento de uma fundamentação bíblica veterotestamentária para uma fundamentação neotestamentária associada a uma legislação eclesiástica – aproveitando do Dízimo original tão somente o próprio nome e apenas em sua conotação religiosa. Temos então o 5º mandamento da Igreja como norma jurídica que estabelece o dever de todo católico de contribuir segundo sua capacidade para as necessidades materiais da Igreja e em termos de fundamentação bíblica desta mesma ideia encontramos, não a única mas a principal de suas expressões, na 2ª Epístola de S. Paulo aos Corínthios 9, 7 “Dê cada um conforme o impulso do seu coração, sem tristeza nem constrangimento. Deus ama o que dá com alegria”.
      Por causa desta conotação matemática de tributo religioso implícito no termo Dízimo, muitos prefeririam e também eu simpatizo com a ideia, o uso de um outro termo para designar a cooperação material do católico para com as necessidades da Igreja (partilha, contribuição, etc), mas a força da expressão Dízimo acabou prevalecendo no entendimento dos nossos bispos e todos havemos de convir que eles não deixam de ter razão quanto a isto, apesar das restrições encontradas em seu uso como você com precisão aponta.
      Saudações fraternais.
      Luiz Tarciso

      1. Olá, Caro Luiz.

        Quando Paulo se refere a comunidade de Cotinthios 9, 7 “Dê cada um conforme o impulso do seu coração, sem tristeza nem constrangimento. Deus ama o que dá com alegria”, possivelmente ele fala para uma comunidade que é educada na Palavra de Deus e já conhecia a orientação a respeito do dízimo. Talvez o falta para nós hj é um pouco mais de leitura da Palvra de Deus para que nosso coração seja educado para decidir pela Palavra de Deus e não pela emoção a que mtas vezes o nosso coração é subimetido e ai ficamos contentes com qualquer contribuição pensando ser dízimo. Qto ao Quinto manadamento Podemos considerar que manter as necessidades da comunidade , está contido ai um significade de partilha, solidariedade e caridade que signifique justiça de acordo com aquilo que de Deus recebemos. “Eclo 35,7-9)7 Glorifique o Senhor com generosidade, e não seja mesquinho nos primeiros frutos que você oferece. 8 Quando oferecer alguma coisa, esteja de rosto alegre, e consagre o dízimo com boa vontade. 9 Ofereça ao Altíssimo conforme o dom que ele fez a você; dê com generosidade, segundo suas possibilidades.

        Que todos sejamos dizimistas fiéis e comprometidos com a causa do Evangelho.

        Luiz é mto bom ter pessoas como vc que divulga e orienta sobre essa forma de conversão do cristão, que é a contribuição dizimal.

        Parabens pelo trabalho.
        São José! Valei-nos!

        1. Prezado Luíz
          Agradeço suas palavras esclarecedoras e ao mesmo tempo elogiosas em relação aos conteúdos publicados em meu site sobre o Dízimo Católico. Que Deus abençoe a ti e aos irmãos de tua comunidade.
          Saudações fraternais.
          Tarciso

  4. Luiz a 12 anos faço parte da pastora do dízimo na paróquia de meu bairro,quando mais leio sobre o dízimo mais me encanto
    embora os desafios são muitos confio na providencia de Deus na minha vida e vou levando meu trabalho com entusiasmo e dedicação .Esse ano fui eleita coordenadora regional da região Oeste, as vezes tenho muito medo de decepcionar as pessoas.Gostei do que escreveu e gostaria muito que voce continuasse a nos ajudar.Fica com Deus.

    1. Enilda
      Agradeço a manifestação elogiosa sobre o conteúdo deste site sobre o Dízimo Católico.
      Que Deus abençoe a ti e à tua comunidade paroquial.
      Fraternais saudações.
      Tarciso

  5. Ola Luiz, me chamo Cristiano, sou dos EUA, participo da Arquidiocese de Boston, da comunidade Sao Tome o Apostolo, estamos “comecando de novo com nossa comunidade” de vido a um problema que tivemos, e consequentemente todas as pastorais forma extintas, e a Paatoral do Dizimo, por enquanto esta sobre minha responsabilidade. Gostaria de saber como posso “implamta-la ” novamente em nossa comunidade.:
    No momento eu criei um cadastro de dizimistas, estamos divulgando “bastante” na missa, temos algumas pessoas que devolveram o dizimo conforme sua possibilidade financeira…
    Mas nao sei na verade como posso traze-los para serem dizimistas, sem ser CHATO, pois acredito que cada um deve devoltar aquilo que ele acha que e certo e nao como obrigacao, ou seja, todos mes ele diz: ah ja e o final do mes, dizimo outra vez…..
    Por favor Luiz se puder me ajude como fazer isto, espero que responda, e com sua ajuda formaremos novamente nossa Pastoral

    1. Cristiano.
      Alguns passos bem simples ajudarão na reimplantação do Dízimo.
      1 – ter a aprovação clara e comprometida do padre é essencial – e ele deve dizer isso nas missas de um determinado final de semana, informando que o dízimo será reimplantado e que o coordenador da equipe será você;
      2 – a equipe é fundamental – para cada missa o ideal é que hajam 4 agentes da pastoral do dízimo e, em cada domingo, dois ficam de plantão para orientar os dizimistas e aqueles que tem dúvidas sobre esta pastoral;
      3 – definir uma meta com o padre, quanto ao número de dizimistas e o valor que precisa ser arrecadado para garantir o bom funcionamento da paróquia;
      4 – prestar contas à comunidade do quanto foi arrecadado e onde foi aplicado;
      5 – celebrar os sucessos do cumprimento das metas, celebrar os eventos importantes na vida dos dizimistas: aniversários, nascimentos, formaturas, casamentos, etc;
      6 – reunir a equipe mensalmente para transmitir conteúdos, combinar estratégias…

      Com estes passos já é possível fazer um bom trabalho pastoral, para a glória de Deus e o bem de seus filhos.
      Deus abençoe os esforços de vocês.
      Saudações fraternais.
      Luiz Tarciso

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