louco
as asas me levavam
de roldão
toda vontade sucumbia
refém das fantasias
e escrava da paixão
pouco
já não me importava
à contramão
todos os sonhos diluiam
em náusea à maresia
num mar de escuridão
nada
a não ser todas as águas
os cântaros
as mágoas
e a desilusão
rima
uma volta por cima
perdôo meus fracassos
e rompo com esse laço
resgato a estima
mergulho no meu povo
e assim me faço novo
o que já fui não quis
queria ser quem sou
arquivos do mes de novembro, 2006
auto-resgate
zombaria
desisto do passeio
no meio das metades
assisto sobre o muro
o intrépido murmúrio da cascata
desligo tudo nessa ponte
até que alguém aponte
a minha ruptura estagnada
e o preço da fratura calculada
depois eu quito esta fatura
com todos os quilates naufragados
mergulho à procura de tesouros
aonde os advinho soterrados
não sigo em linha reta
e a meta é usurpada
só resta de grandeza
o rombo do vazio encontrado
ressurjo pobre dos escombros
e levo nos meus ombros
os quilos da esperança sonegada
enquanto um riso zombeteiro
ecoa verdadeiro
em bocas primitivas
na calçada
tom subliminar
querendo ser dissonante
dinamito o espanto dos olhares
mulheres alhures não me vêem
porque vivo aquém
e mergulho em aquedutos
aquarelas e viagens
centelhas em contendas
sujeito a tantas vendas
tecidas com matizes sazonais
que em projeções mentais
me deixam ver
só os momentos mais fugazes
completamente triviais
submetido a viver
harmonizando os segredos
como um volátil brinquedo
tripudiado aos teus pés
devaneios torturantes do passado
Talvez fosse o caso de ficar calado apesar da réplica agressiva que dança na ponta da lingua querendo ser catapultada rumos aos teus ouvidos. Teus olhos lançavam chispas e a minha condenação estava escrita naquele teu silêncio ensurdecedor. Te conheço há muito tempo e sei que as chances de reconciliação são extremamente raras. Bastava dizer a verdade e tudo se resolveria… Mas se é tão óbvio como a todos parece, porque apenas você não vê?! Engulo a reação e nada expresso exceto esse meu semblante abatido que se aniquila para não demonstrar a emoção – o medo de te perder que me assola neste instante.
Eu havia sonhado o teu sorriso e agora vejo a tua ira contida e prestes a explodir. Eu havia sonhado um romance sem fim e o que vejo é o nosso caminho se dividindo em uma encruzilhada irreconciliável. O que eu vou fazer com a minha dor? O que você poderá fazer com a tua própria dor? Aonde e como ficarão nossos rebentos?! Porque você se comporta de forma tão destrutiva e não se concede a menor chance de que eu seja mesmo inocente?!
Mas eu não vou falar de novo – não vou me defender – não há defesas quando a condenação já está decidida! Resta arrumar as malas, resta enfunar as velas, resta partir rumo ao desconhecido amanhã que nos aguarda! Resta-me a mim já não mais ter você!
chamas
ainda que tudo exploda
no meio de labaredas
e o mel se consuma ao fogo
não quero perder a festa
e nem vou me dar ao luxo
de vê-la por entre as frestas
se posso tê-la comigo
numa fusão improvável
cadinho do meu juízo
que remanesce intocado
te beijo, te faço agrados
num gozo extremo e perdido
que me rouba a identidade
mas preserva a verdade
a inocência e a vontade
de viver no paraíso
autofobia
o meu silêncio expressa
não um ausência vazia,
emudeço quando em vez
a mente em ebulição
me empalidece a tez
num olhar sem expressão
não é morte
não é vida
só fuga da solidão
verbo amizade
substantiva amizade
que sonho verbalizada
conjuguei-a no passado
num presente de saudade
conjugando no presente
um futuro de verdade
conjugada no futuro
espera e ansiedade
-
Meta
memória
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