há que buscar na fantasia
o encantamento que se esconde
pois o concreto se desfaz em pó
poeira fina que machuca olhos
no apático mundo real fora de si
o olhar percorre sinuosas poesias
e os fonemas abstratos ganham vida
lubrificando a aridez que se entranha
neste universo paralelo força estranha
fazendo mergulhar o ser em si
se ouvem neste canto as melodias
isentas dos acordes dissonantes
vibrando incessantes mundo afora
o tédio dos minutos formam horas
que adormecem sonhos infantis
lá dentro muitas renas enfeitadas
puxando seus trenós imaginários
trazem presentes esquecidos no passado
deslumbram a criança que há em mim
e recuperam os natais que esqueci
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