De manhanzinha, a barba ainda por fazer e a escova em veloz passeio deslizante sobre os dentes. Vejo no espelho alguém que poucos vêem. Surgem-me então à lembrança os sonhos da noite recente e as fisionomias queridas de toda uma família constituída de pessoas agora ausentes do meu quotidiano mas que ocupam um lugar privilegiado na minha memória e trajetória de vida. Só soube recentemente de sua partida e por algum motivo que não consigo atinar, vividamente me recordo do seu Jarbas – alguém que ocupa um particular destaque em minha história. Quando eu ainda era um desconhecido para mim mesmo e tinha um grau rasante de autoestima, aquele homem, ser especial, um adulto, pai de uma família numerosamente encantadora e administrador da filial de uma importante multinacional na minha cidade de origem, me acolheu, me ouviu, valorizou e respeitou meus sentimentos, opiniões e ideais juvenis – e quando esse contato se iniciou eu não tinha mais que 15 anos. E por ser a pessoa que era e por ter constituído a família que constituiu, sua casa era um ninho acolhedor e lá eu me sentia sempre ternamente acolhido por todos. Até então nunca me havia sentido tão gente na vida! Ninguém jamais conseguirá avaliar o sabor e a importância daquele relacionamento de amizade, cujas lembranças ainda trago no recôndito da alma. Até hoje ele é para mim uma valorosa referência e é pela força daquele seu exemplo que nutro grande empatia pela juventude – especialmente em relação aos mais carentes, – e cultivo fecundas amizades que se originaram com pessoas naquela faixa etária. Com seu jeito paternal, despojado e sereno – conselheiro sempre disposto a ouvir e incentivar – seu Jarbas me ensinou muito sobre a beleza das coisas simples e a riqueza das inúmeras maravilhas que Deus gratuitamente dispôs na natureza: o canto dos pássaros, as borboletas coloridas, as pedras preciosas, os montes invernados e as águas cristalinas… e observando-o pude descobrir que também cá entre os humanos, incrustradas em meio aos familiares, amigos, conhecidos e até pessoas mais distantes se encontram outro tipo de jóias ainda mais especiais.
O seu Jarbas foi para mim uma dessas jóias raras, artisticamente trabalhada e lapidada pelo ágape da fraternidade!
Com um misto difuso de saudade e sentimento de perda, resta o consolo da esperança cristã de poder reencontrá-lo na grande festa daquele dia ensolarado de intensos raios multicores que jamais termina!
28
mar
Jarbas Ribeiro de Araújo
pensado por Tarciso (1) Comentário
um comentário para “Jarbas Ribeiro de Araújo”
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Obrigada pelas palavras Tarcisio, fiquei emocionada com seu relato. A sua familia foi tambem muito importante pra nós.
Um grande abraço.
Carol