Vivemos um tempo que torna difícil resistir à avalanche dos juízos superficiais. Condena-se o inocente e inocentam-se os culpados. A hipocrisia prevalece na denúncia “corajosa” ao ladrão de galinhas e no silêncio conivente frente ao roubo escancarado dos colarinhos brancos executivos e legislativos, frutos da má escolha que fazemos nas urnas. Nesse dilúvio de corrupção muitos canoeiros apenas lamentam não estar a bordo da nave transatlântica de malversação do erário.
Os sistemas econômicos privilegiam as coisas em detrimento das pessoas e algumas poucas pessoas e nações dominam a maioria e exploram o planeta de forma predatória. Queimam as matas, poluem rios e oceanos e se devasta impunemente a natureza no que ainda sobrou de suas reservas em fauna e flora. Assiste-se, como espasmos dessa perversão geral, cataclismos naturais, mudanças climáticas e abalos sociais com os fenômenos da violência na cidade e no campo se espraiando assustadoramente. Quem ainda não sofreu diretamente ou ao menos não viu resquícios de sua ação deletéria ao derredor? Que família não tem um ente viciado em cocaína, crack, álcool ou maconha – ou uma pessoa querida escravizada por compulsões de sexo, jogo, comida?! Desestruturadas as famílias, os casamentos se dissolvem, as relações estáveis se desestabilizam, os relacionamentos se tornam descartáveis.
No nível global, muitas nações guerreiam entre si e privilegiam em seus orçamentos o componente bélico em detrimento do saneamento básico, alimentação, saúde e educação das pessoas.
Virá o apocalipse?!
O que deixaremos de herança para as gerações futuras? A natureza devastada, a sociedade esgarçada, uma pátria de desmandos onde os mais aquinhoados devorarão os mais fracos ostentando um sorriso cínico?
Quisera uma gota de otimismo a temperar esse momento deprimente mas o meu coração se aperta pensando no mundo que estamos deixando para os nossos descendentes.
Mas – ressuscita o mago do otimismo que trago dentro de mim – quem sabe aconteça um milagre?! Quem sabe alguns políticos honestos despertem de seu sono hibernatório e furem o fundo do navio ao qual não conseguem mais dar rumo, fazendo-o perder o prumo e afundar. Quem sabe, então, começando aqui entre nós, feito uma Fênix ressurgida – desta vez das águas – se veja novamente o norte e o povo forte deste Brasil possa regenerar a nação envergonhada e desgovernada…
06
mar
vergonha e desgoverno
pensado por Tarciso (1) Comentário
um comentário para “vergonha e desgoverno”
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um grande abraço
Toninho