H@ vida depois dos 60

…com pensamento, opinião e poesia em doses homeopáticas…

indignação cívica

É impossível continuar passivamente aceitando a vergonhosa escalada da corrupção na política nacional e, em particular, a enorme pizza que está sendo assada no Senado da República. Hoje o brasileiro possui mecanismos sofisticados de comunicação de massa tipo orkut, twitter, blogs e quetais que se revelam suficientemente capazes de influenciar no mundo da política. Entretanto, é preciso vencer a inércia natural humana e pensar que é possível dar um primeiro passo na direção das mudanças inadiáveis. No poder estabelecido o tecido se esgarça com a corrupção e esta se espraia em todos os sentidos e direções. Assiste-se aos ladrões de todos os tamanhos agindo impunemente. A violência grassa nas metrópoles e nas cidades do interior. A população acovardada bale com mansidão irritante.
É preciso algo mais, é preciso uma indignação proativa!
É preciso ressuscitar aquele espírito estudantil aguerrido dos caras pintadas do Brasil, sob o risco de sermos submergidos de vez pela podridão que exala dos palácios de Brasília, das capitais e até dos pequenos centros urbanos.
Brasileiros, indignemo-nos antes que seja tarde demais!!!

Entre tantas coisas possíveis de se fazer para manifestar a nossa indignação, uma das melhores é aderir a uma campanha que descobri no twitter: rir para não chorar

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em causa própria

legislo em causa própria
iluminando a minha face
penteando os cabelos
e perfumando a pele
porque aspiro a tua luz
o aroma dos teus cabelos
saborear o teu beijo
ganhar o teu sorriso
e me perder por inteiro…

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visão de mundos

Na visão de alguns
críticos e céticos
eu nada enxergo
e o meu corpo
é apenas um ponto
no universo
mas na minha ótica
o mundo à minha volta
rodeia o meu mundo
e lá no fundo
a roda do infinito
que une os dois mundos
no universo que conheço…

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banho letal

o vermelho pulsa
arruína contas bancárias
flameja na manchete
e flui fora das veias
lambendo a pele
encharcando a areia
contunde depois disso
ausência inexpressiva
e a fria palidez…

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senilidade braziliana

há muita estupidez
a preencher estúpidos
em suas ninharias
de arroubos pantanosos
e gozos infernais
horizonte pródigo
farinha dos ventiladores
patranhas brazilienses
dessa política tupiniquim
que escolheu viver
sob os tapetes
sobre as mutretas
sem os sabres da honra
desconhecida aos nossos
políticos senis
e nada samurais…

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solar

a noite fria
antecede o dia
e não se sabe o que vem
o sol é esperado
e ele invariavelmente está lá
escondido
ou
explícito
o seu calor
ilumina
e segue a nossa sina
marcando a passagem do tempo
que pra ele passa muito devagar…

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vazantes

no vácuo da noite
o animal no cio
em mergulho rústico
explora os vazios
e varia de humores
sem soar tambores
sem ver a fumaça
sem graça ou desgraça
virtude ou trapaça
suas patas deixam
marcas no caminho
até que explodam
instintos selvagens
e logo depois
prenúncio de sol
homem ocidental
lúcido e racional
retoma a rotina
inodora insossa
no raiar do dia

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flashes

Como num flash inesperado, eu vi toda a poesia do mundo nas pétalas daquela rosa. A lágrima que rolou – não sei, – seria minha, seria da rosa, seria uma gota isolada caída dos olhos de Deus chorando as coisas criadas?!
Pensei no mundo, pensei na vida, pensei num pensamento sem fim e viajei perdidamente exasperado fazendo buscas interiores, das cores vivas ora esmaecidas, dos risos cristalinos ora reticentes, dos rostos mais lindos que iluminavam a vida da gente. Foi aí, num repente, como num flash inesperado eu vi… A imagem repentina feito uma seta certeira acerta a letra, a sílaba, a frase sorrateira que mergulha sob os sentidos e adentra o canto mais escondido onde se pode chorar enternecido olhando pétalas caídas.
E a imagem toi tão vívida e real que a impressão nunca se esvai e a rosa despetalada e as pétalas daquela rosa se tornam os meus versos, preenchem definitivamente meus universos com sua poesia escancarada…

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madrugada

Apesar das nuvens cor de cinza e do ar úmido que penetra as entranhas até a medula, uma claridade alvissareira permite entrever o suave esplendor de um novo dia. Muitas vezes ouvi da boca de meus avós: não há bem que sempre dure e nem mal que nunca acabe. Se aproxima o momento de virar uma página, embora nos faltem algumas linhas a serem decifradas – na esperança de que as suas boas letras se confirmem – e para serem percorridas até o fim da madrugada…

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ansiedades

Não sei direito se o mundo tem quatro cantos como às vezes se costuma dizer. Não sei sequer se há um único canto no mundo. Tenho ouvido muitos gemidos silenciosos e poucos risos genuínos. Tenho assistido tantas dores que até o meu sorriso costumeiro hoje está emudecido e o meu coração não quer alienar-se à quieta dor do meu irmão! Na sucessão dos fatos espero por um novo alvorecer que nos liberte dessa escuridão em pleno dia. A noite não demarca o tempo e o relógio soturno da madrugada insone parece disposto a não continuar dançando seus ponteiros na sucessão das horas, dos minutos, do tempo que falta para a nossa angústia terminar…

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